Nos anos 40 matança do porco em casa de Manuel Gaspar,A.Chapita e desconhecido seguram o porco,A. Moléstia,Júlia, F. Ribeiro,Luisete,Maria, Etelvina,M. Fernando, e Fernanda Ribeiro.
Nos anos 80 Victor Santos e a família na matança do porco,o sogro já com o maçarico pronto a chamuscar o porco,a Berta ,o Nelson a M. do Santiago,A. Barril e outros.
Nos anos 70 José Ferreiro prepara-se para amanhar o porco
A família de José Ferreiro com o porco já amanhado,Casimira A. Grande e Laurinda posam para a fotografia.
A lavagem das tripas no rio, para fazer as afamadas chouriças e morcelas do Valado,Emília Bispo e a filha Bertina
A matança do porco desenho de Joaquim Pica Pau que ilustra bem uma das festas mais típicas e genuínas das tradições das famílias portuguesas de norte a sul do litoral ao interior quase em extinção devido a leis proibitivas da União Europeia que os portugueses não entendem muito bem.
A tão tradicional Matança do Porco que durante anos e anos até há bem pouco tempo era uma festa com a família na ajuda na lavagem das tripas,enchimento das morcelas e das chouriças e, claro está no almoço,e jantar. Mas o primeiro momento era no que a foto documenta . A morte do animal aqui nas mãos de especialistas nestas andanças.
O Tito matou ,O Fernando ,chamusca a maçarico ,e o Octávio já prepara a faca para começar a raspar .
A matança era uma das mais significativas festas pagãs a mais tradicional do país, de Norte a Sul, do interior ao litoral, unindo as famílias e incentivando o convívio com os vizinhos e amigos, embora esteja ligada aos cristãos que, dentro das religiões monoteístas, são os únicos que comem carne de porco,o que se compreende na medida em que a carne de porco e a batata eram a base essencial da alimentação do Portugal rural até aos anos 8o.
Matavam-se tantos mais porcos quanto o estatuto social e a condição financeira o permitiam: a riqueza das famílias avaliava-se pelo número de porcos que se matavam.
A carne era racionada de modo a durar todo o ano, até á próxima matança.
Os porcos eram criados e alimentados com refeições à base de batata, milho, legumes e o farelo, e viviam nas cortes, por baixo ou nas traseiras da casa de família.
A matança tinha lugar no Inverno, altura em que as actividades agrícolas estão reduzidas ao mínimo e a temperatura fria permitia a conservação da carne. O dia da matança, para além dum específico cerimonial, era um autêntico dia de festa, num ambiente de folia e de aproximação ritual da família e da comunidade.
A matança resultava, assim, da conjugação de muitos e distintos factores, e desempenhava uma função social relevante nas comunidades rurais, fortemente estruturadas e rica de tradições.
Na matança do porco, estão presentes para além do agregado familiar, os convidados amigos,e parentes.
A festa começa com o ritual de «matar o bicho» com aguardente, boroa, figos, chouriço e vinho tinto.
O matador, conduz o bicho para cima de um banco, e com um golpe profundo por baixo do pescoço ou utilizando um cebolão (ferro aguçado) directo ao coração do bicho consumava a morte e o sangramento, que é guardado em alguidares. De seguida é chamuscado com carqueja ou outras plantas secas, segue-se a lavagem e raspagem em que se usavam telhas de barro para raspar a pele do porco, e água.
Quando esta operação terminava, começava a abertura, sendo o porco pendurado com a cabeça para baixo, para se tirar o couracho, o sub-ventre, o unto, o fígado, os rins, o coração, o bucho e as tripas.
Era tradição uma refeição de trabalho festiva no dia da matança, constituída pelos produtos perecíveis, como o sangue, fígado, e os pulmões.
No dia seguinte tinha lugar a desmancha da carcaça, quase sempre 24 horas depois do porco ser morto, as carnes eram repartidas e salgadas. Faziam-se os chouriços e morcelas de arroz tão típicas do Valado , aproveitando as tripas previamente bem lavadas no rio da Areia e cortadas em tamanhos convenientes. Nas refeições desse dia já entravam as carnes grelhadas ou guisadas as morcelas de arroz o vinho tinto não podia faltar.
As chouriças depois de feitas eram postas por cima da lareira em paus delgados, e eram curadas com fumo durante 3 ou 4 semanas.
Hoje em dia praticamente já não se fazem matanças do porco em família,devido a imposições e regras vindas da da União Europeia,matança do porco como espaço social faz parte da nossa riqueza patrimonial mas infelizmente está em extinção.